10 cuidados que podem salvar a vida do pet em uma emergência

10 dicas
Foto: Istockpho/Chalabala
Conhecer e aplicar procedimentos de primeiros socorros antes da ida ao hospital pode fazer a diferença entre a vida e a morte do pet  

“Meu cão engoliu uma meia”, “Achei meu cão desmaiado no quintal”; “Meu cão está tendo uma convulsão”. Essas são algumas das mensagens e telefonemas que veterinários recebem quase que diariamente, afinal, emergências com pets acontecem com muito mais frequência do que você pode imaginar. E o tutor pode ter papel decisivo para salvar a vida do animal. Assim, é importante ter um conhecimento mínimo para que possa agir de forma correta diante de uma emergência veterinária, pois se o auxílio não for rápido, isso pode custar a vida do seu companheiro. Vale ressaltar que, quando você se depara com uma emergência com seu animal, só existe uma atitude correta: levar imediatamente ao veterinário mais próximo, que pode ser uma clínica, hospital ou um profissional de sua confiança, que sempre atendeu seu peludo. Porém, a verdade é que, dependendo da natureza ou do grau da emergência, seu pet pode não ter condições para chegar até o atendimento presencial a tempo de receber os primeiros cuidados do profissional habilitado. Assim, conhecer e aplicar os procedimentos de primeiros socorros que cada condição de emergência exige pode fornecer ao seu melhor amigo o suporte de vida necessário para chegar até o local de atendimento presencial. Mesmo os pets de tutores responsáveis e cuidadosos não estão livres de, ocasionalmente, precisarem de cuidados de primeiros socorros.salvar a vida do pet

Vale lembrar que nem mesmo a correta aplicação das técnicas aqui ensinadas pode garantir que o animal vá chegar com vida ao hospital veterinário, pois tudo vai depender da gravidade do caso. Porém, a não aplicação desses procedimentos podem subtrair do paciente uma chance de sobrevivência. Esses procedimentos servem para uma tentativa de manutenção dos sinais vitais antes e durante o trajeto a um estabelecimento veterinário para que possa ser dada a continuidade ao enfrentamento da situação. 

1-Nada de pânico!

Muitas tutoras e tutores “pensam” que já sabem como proceder frente a uma emergência veterinária ou acidente com o pet. Mas não é o que geralmente acontece. E a explicação é simples: numa emergência veterinária, a primeira coisa que bate no tutor é o nervosismo e o desespero! É exatamente aí que um grande problema fica maior ainda. Então, antes de mais nada, fique calmo: seu pet só tem a você para ajudar a lutar por sua vida. 

Portanto, se notar que alguma coisa está muito errada, respire fundo e comece a agir.

 

2-Contatos à mão

Tenha sempre dois telefones mais importantes para o seu animal de estimação na sua agenda ou colado na geladeira: o telefone da clínica veterinária de sua confiança e telefone do hospital veterinário de plantão mais próximo de sua residência. 

3-Kit emergencial

Sempre tenha em sua casa um kit para emergências pessoais e para pet com: focinheira aberta (para permitir que o cão respire); termômetro digital; materiais para bandagem (gaze, algodão, plástico bolha e filme plástico para alimentos), soro fisiológico, água oxigenada 3% (10 vol.), óleos minerais lubrificantes ou lubrificante em gel ou ainda xarope de milho; tesouras sem ponta; lanterna; panos limpos; carvão ativado. 

Para verificar se o cão tem pulso, coloque seus dois dedos (indicador e médio) na virilha do cão
4-Cheque os sinais vitais

O cão está respirando? O peito se movimenta? (coloque a mão para sentir); O ar está saindo pela boca e pelo nariz? (coloque um fio de cabelo ou espelho para verificar o vapor); Puxe bem a língua para fora para facilitar a verificação da respiração, bem como visualizar a possível presença de algum objeto retido na garganta. Para verificar o pulso, coloque seu indicador e dedo médio na virilha – nunca use o seu polegar, pois nesse caso você poderá sentir a sua própria pulsação.

Ele está consciente? Chame pelo seu nome, puxe a perna gentilmente e note se ele puxa de volta, belisque forte entre os dedos e observe se ele pisca ou bata levemente com o dedo na parte interna do olho para ver se ele pisca. Essas verificações são importantes para você tomar as decisões de utilização das manobras de primeiros socorros para a manutenção dos sinais vitais, bem como para reportar ao atendimento clínico quando chegar no hospital. salvar a vida do pet

5-Em caso de sangramento
Torniquetes só podem ser feitos nas patas e cauda, e sempre para cima do ferimento

Para controlar sangramento, você pode fazer uma bandagem de pressão. Para isso, pegue o pano limpo que estiver mais próximo (gaze, toalha, camiseta). Coloque sobre o sangramento e faça uma leve pressão por 5 a 10 minutos. Faça uma bandagem firme sobre os panos (use faixa crepe, filme plástico ou tecido). Mantenha a bandagem ou a pressão até chegar ao veterinário. 

Nunca tire o pano em contato com o ferimento para não desfazer o coágulo. Nunca limpe um ferimento que parou de sangrar para não desfazer o coágulo. Nunca use água oxigenada em um ferimento sangrando ou com coágulo. 

Para medir a temperatura, insira o termômetro no ânus do cão delicadamente, girando com cuidado
6-Meça a temperatura

Peça para alguém segurar seu pet para medir sua temperatura. Use apenas o termômetro digital, e lubrifique-o com gel lubrificante ou vaselina. Insira no ânus do cão delicadamente, girando o termômetro com cuidado. Deixe por dois a três minutos ou até ouvir o sinal sonoro. A temperatura normal de cães e gatos fica entre 38°e 39 °C.

Manobra de heimlich em cães pequenos
7-Engasgos

Em animais pequenos (cães até 13 kg), pegue-o no colo e coloque as costas dele sobre o seu estômago. Deixe as pernas livres penduradas para baixo e o pescoço erguido. Cruze as mãos e posicione os seus pulsos logo abaixo da caixa torácica, região do estômago. Pressione em direção à sua barriga e para cima em direção ao seu queixo, ao mesmo tempo. 

Manobra de heimlich em cães grandes

Em animais maiores e mais pesados, coloque-o no chão deitado de lado com a cabeça para o seu lado esquerdo. Ajoelhe-se atrás do animal e encoste os joelhos na coluna dele. Use então o seu pulso direito para fazer a pressão no mesmo local (logo abaixo da caixa torácica), num movimento para dentro e em direção à cabeça do animal ao mesmo tempo. Repita a manobra duas ou três vezes até que o objeto saia da via respiratória. Caso não tenha saído, repita a operação, inclusive no trajeto até o socorro veterinário.

8-Quando provocar o vômito?

Vômitos devem ser provocados imediatamente após você ter visto o animal ingerir alguma substância tóxica ou se a substância foi ingerida há duas horas e se o caminho até o veterinário durar 30 minutos ou mais. Para induzir o vômito pegue a água oxigenada (peróxido de hidrogênio) solução a 3% (10 vol.) e dê uma colher de chá (5 ml) para cada 5 kg de peso do cão ou até 2,5 kg
de peso do gato. Repita a cada 15 ou 20 minutos, por até três vezes até que o animal vomite. 

Nunca tente provocar o vômito se: o animal já vomitou; apresentar dificuldade respiratória ou qualquer sinal de problema neurológico; estiver inconsciente ou em convulsão; engoliu um ácido, soda cáustica, soluções de limpeza, produtos químicos domésticos ou derivados de petróleo; engoliu um objeto afiado; ou se o rótulo do produto ingerido disser “não induzir o vômito”. salvar a vida do pet

9- Observe as mucosas

Quando surgir a emergência, comece analisando a coloração das mucosas. Observe também a gengiva, cor da língua, da vulva ou prepúcio: cor rósea – normal; pálida para branca (anemia ou choque) – emergência; azul (inalação de fumaça ou sufocação) – emergência; vermelho cereja brilhante (intoxicação por monóxido de carbono ou insolação) – emergência; amarelo (problemas hepáticos – fígado) – urgência. 

10-Fraturas

Em casos de fratura na coluna ou na bacia, imobilize o cão na maca com cintos ou faixas

Em caso de fratura das patas sem exposição do osso, comece amordaçando o cão – com mordaça aberta ou focinheira –, para que possa manipulá-lo com dor intensa. Nunca use esta técnica em casos de respiração muito acelerada, vômitos, tosse intensa ou se o animal estiver inconsciente. Em seguida, identifique a pata fraturada e envolva-a com algodão ou toalha fina, sem tentar puxar para colocar no lugar. Depois, envolva com materiais como papelão, revista enrolada, jornal enrolado, rolo de papel toalha ou plástico bolha, e prenda a bandagem com esparadrapo ou fita crepe. Conduza o animal cuidadosamente ao veterinário. 

Em cães grandes, ossos grandes como o fêmur, na coxa, podem ser difíceis de imobilizar. Neste caso apenas envolva em uma toalha e transporte ao veterinário. 

No caso de fratura das patas com exposição do osso, primeiro amordace seu cão. Nunca mova os ossos expostos. Cubra toda a fratura com pano limpo e umedecido. Faça uma bandagem sem apertar, apenas para manter o pano úmido; transporte cuidadosamente ao hospital em maca rígida (Obs.: O transporte deve ser feito cuidadosamente em uma superfície rígida, que você pode improvisar com uma tábua, uma porta ou, no caso de um animal pequeno, uma caixa rígida.

Caso não encontre um carro disponível, tente ligar para o veterinário e pergunte se ele possui veículo de resgate de animais.


Colaborador:

Dr. Paulo Sérgio Onofre

Médico-veterinário especializado em clínica de pequenos animais.

Autor do E-book SALVAPET: O Guia de Primeiros Socorros Veterinários, disponível na Amazon Kindle.

Youtube: dr.salvapet

Instagram: @drsalvapet

Facebook: @dr.salvapet

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