12 formas de demonstrar afeto ao seu cão

Existem algumas atitudes que valem para a maior parte dos cachorros, mas é preciso ficar atento aos comportamentos individuais

Imagem de Amore Seymour por Pixabay

Os cachorros são membros queridos de muitas famílias ao redor do mundo. Com seus olhares ternos, rabos abanando e personalidades cativantes, eles conquistaram nossos corações ao longo da história a tal ponto que ganharam a alcunha de “melhores amigos do Homem”. Mas, além de fornecer comida, água e abrigo, como podemos realmente mostrar aos nossos amigos peludos sinais de afeto em retribuição?
Humanos e cães são seres diferentes, portanto, a linguagem de cada um também é distinta. Mas é possível sim aprofundar a relação e a comunicação entre as duas partes a partir da compreensão das necessidades do nosso companheiro de quatro patas. Desse modo, podemos dar demonstrações mais eficientes e compreensíveis de carinho. A comunicadora social especialista em comportamento animal, fundadora da GraduaCão (empresa de consultoria comportamental positiva), Luciana Portugal Souto, lista abaixo várias atitudes que o dono pode e deve ter na rotina como seu cachorro para deixá-lo mais feliz. Confira:

1. RESPEITAR O ESPAÇO DO CACHORRO

Dê a ele sempre a opção de sair de perto se não está agradável para ele. “Muitas pessoas querem agarrar o cão como uma forma de carinho, prendendo-o, mas isso não é legal para o pet. É importante que ele tenha essa possibilidade de se afastar, caso esteja se sentindo desconfortável”, explica ela. Ao respeitarmos esse espaço, o pet vai ficar mais tranquilo e certamente vai se sentir mais satisfeito.

2. TEMPO DE QUALIDADE

Inclua na rotina tempo de qualidade dedicado exclusivamente à interação com o cachorro. Precisamos chamá-lo para brincar, jogar bolinha e fazer cabo de guerra, sempre levando em consideração as formas de interação que ele mais gosta. Ele pode até se divertir sozinho, mas é muito mais prazeroso brincar junto com o seu dono, e esta é uma das melhores formas de dizer “eu te amo” para o seu cãozinho.

3. PROPORCIONAR PASSEIOS DE QUALIDADE

Utilize equipamento seguro e confortável, permitindo que o cachorro cheire os espaços ao redor e faça pausas para momentos de relaxamento. Se ele apreciar estar com outros cães, possibilite abordagens seguras, sempre observando se a interação está sendo positiva para ambos.

4. TER UMA COMUNICAÇÃO ASSERTIVA

Use palavras curtas e gestos seguros, deixando claro para o cachorro o que se espera dele. “Às vezes a gente fala muito com ele, esperando que o pet compreenda. Uma comunicação muito longa (por exemplo, falar uma frase grande para chamá-lo para o quarto) pode deixá-lo confuso. Quanto mais assertiva é a comunicação, mais confiante e menos ansioso ele fica”, detalha a especialista comportamental. Ela aconselha a utilizar palavras de liberação, como “ok”, ao concluir uma atividade com ele, e palavras de incentivo, como “parabéns”, quando ele realiza algo positivo, pois isso aumenta a autoestima do cão.

5. NÃO DAR BRONCAS NEM ASSUSTAR O CACHORRO INTENCIONALMENTE

Esse comportamento pode gerar ansiedade no pet, pois os cães gostam e precisam de previsibilidade, ou seja, saber o que vai acontecer. Nunca faça isso e nem deixe que outros o façam.

6. MANTER UMA ROTINA ESTRUTURADA

Quando o cachorro se acostuma com uma rotina, ele se torna mais engajado nas atividades, produz menos cortisol, que é o hormônio do estresse, e tende a ter mais confiança no dono.

7. TENHA MOMENTOS TRANQUILOS COM O CACHORRO

Convide-o a ficar por perto enquanto assiste TV ou trabalha em casa, oferecendo carinho. Isso vai fortalecer o vínculo entre vocês.

8. FAZER CARINHO

Escolha locais onde o cachorro realmente aprecia receber carinho, como o pescoço, a parte de cima da cabeça perto das orelhas e abarriga, mas fique sempre atento aos sinais de desconforto.

9. OFERECER ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL

Esta é uma excelente maneira de estimular seu cachorro a manifestar e explorar seus comportamentos naturais da espécie, aumentando seu bem-estar. “O enriquecimento ambiental é tudo aquilo que fazemos para enriquecer o ambiente e estimular os cinco sentidos dos nossos cães. Ele pode ser físico, mental, alimentar, sensorial e social”, explica Luciana. Alguns exemplos são jogos, socializá-lo com outros animais e oferecer comida de maneiras diferentes, como esconder petiscos para ele procurar.

10. NÃO IGNORAR O CACHORRO

Demonstre sempre que está apreciando a companhia dele, pois ele vai perceber isso e desejar estar por perto com mais frequência.

11. INFORMAR-SE SOBRE AS NECESSIDADES DA ESPÉCIE CANINA

Por último, mas não menos importante, se informe e siga os perfis de comportamentalistas que entendem do assunto e abordem essas questões. O conhecimento pode ajudar muito a compreender melhor as necessidades do seu cachorro e proporcionar sempre mais alegria para ele.

12. CADA CACHORRO É ÚNICO

Ainda que existam situações que costumam ser comuns aos cachorros, eles também têm a sua individualidade. “O carinho que é bom para um pode não ser bom para outro. Outro exemplo, é que cada um vai preferir um tipo de brincadeira. Portanto, a principal instrução para os tutores aqui é observar e entender se aquela interação está sendo boa para o cão ou não. Ele vai dar evidências físicas”, aponta Luciana. A especialista em comportamento animal explica que, quando o pet está gostando, alguns dos sinais que ele emite são: abaixar a cabeça para receber carinho; virar de barriga para cima, como indicação de confiança; e, principalmente, quando ele decide continuar ali na interação. “Se há espaço para sair e mesmo assim ele decide ficar, é um sinal de que está gostando. Talvez seja o sinal principal.
”Por outro lado, o desconforto pode ser percebido através do bocejo fora de contexto (quando ele não está sonolento ou cansado), quando ele afasta a cabeça e desvia o olhar, quando chacoalha o corpo para liberar tensão ou ainda quando sai de perto do alvo do incômodo. “Todos esses são sinais que ele dá antes de partir para algo agressivo, como um rosnado, um latido ou mesmo uma mordida. Mas tudo é muito individual. O que vale para um cachorro não necessariamente vale para outro. Precisamos observá-los”, completa.

CUIDADO COM A HUMANIZAÇÃO!

Para o adestrador Gustavo Fleury, da empresa de adestramento para cães Cãofiança, é importante não humanizar o seu cachorro. Ele explica que, ao não darmos vazão às suas necessidades – físicas, mentais e psicológicas –, eles podem desenvolver até problemas de saúde, como doenças psicossomáticas, entre elas depressão, ansiedade, transtornos obsessivos compulsivos e até estresse crônico. “Só fazer carinho pode estar suprindo mais a necessidade do dono do que a do cachorro. Aquilo que vai deixar o seu cão mais feliz é a interação entre ele e você, quando fazem brincadeiras, atividades físicas e ao estabelecermos hierarquias e limites com ele, com comandos e funções claras. Essas ações, que são compatíveis com a espécie, o satisfazem”, explica ele. De acordo com Gustavo, apesar dos milhares de anos de domesticação, os cães ainda mantêm muitos dos comportamentos do seu ancestral, o lobo. “Ele é um animal de agrupamento, então ele é muito feliz nessas interações com os outros”, completa

Nossos agradecimentos:
Luciana Portugal Souto Comunicadora social, especialista em comportamento animal. Atua com mentorias para tutores de adestramento positivo para cães de forma on-line pela empresa GraduaCão. Instagram e Facebook: @gradua.cao_
Gustavo Fleury Adestrador e criador da empresa Cãofiança, com 30 anos de experiência. Possui especializações em adestramento de obediência, treinamento para cães de proteção e formação de cães policiais. Realiza trabalhos voluntários de terapia com cães em escolas, asilos e APAEs. Instagram: @caofianca

Por Aline Guevara



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