7 benefícios que o banho e tosa traz para a saúde

Fot: IstockPhoto
Os serviços de banho e tosa do pet shop não representam somente a parte estética dos cuidados – pelo contrário, contribuem com a saúde e o bem-estar do pet

Sabemos que a proximidade cada vez maior entre os pets e seus tutores traz consigo muitas mudanças na relação com nossos companheiros peludos. A necessidade do banho e tosa é uma delas. Se você, tutor, precisou dos serviços e ficou impossibilitado de utilizá-los por causa do abre e fecha dos comércios na pandemia, aposto que dá mais valor a ele agora. “Quando reabrimos o pet shop depois de fecharmos pelas restrições da quarentena, recebemos vários cachorrinhos que precisaram de um cuidado maior, como desembaraço de nós, por terem ficado mais tempo sem manutenção. E isso é desconfortável para eles”, conta a groomer Natália Espinosa, diretora da Uau Escola de Estética Animal, enfatizando que os serviços de banho e tosa trazem bem-estar e saúde para o pet. 

  1. Higiene em dia

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Segundo a veterinária Mallize Gonçalves, pós-graduada em dermatologia de animais domésticos pelo Instituto Qualittas São Paulo, o banho profissional pode fazer uma higienização mais completa, “especialmente nas áreas das genitais e também do rosto do animal, onde se acumulam muitas secreções”. Ela alerta os tutores para que tomem cuidado com o excesso de banhos, que seriam desnecessários para manter o cachorro limpo e ainda podem causar a remoção da camada lipídica que protege sua pele. 

A tosa higiênica, por sua vez, pode manter por mais tempo a limpeza do pet, pois ela se concentra nas regiões em volta da genitália e do ânus, evitando que os pelos fiquem sujos com fezes (que podem ficar presas na região) e urina. Alguns procedimentos também incluem a tosa do excesso de pelos nas patas, para evitar umidade e proliferação de fungos. “A retirada de pelos mortos também evita a queda dentro da casa do tutor. Consequentemente, a casa fica mais limpa, o que é benéfico principalmente para pessoas alérgicas. Dessa forma, o pet que não está soltando tanto pelo costuma ser mais admitido dentro de casa, em cima do sofá, na cama. O resultado é que ele fica mais próximo do tutor”, analisa a médica-veterinária.

2. Pelo mais forte e saudável

Cuidar da pelagem do pet não é só uma questão estética. “Quando há excesso de pelos mortos acumulados, sem função, existe o risco do aparecimento de fungos e bactérias, ocasionando mau odor em alguns casos e retirando o brilho natural”, explica o groomer Sérgio Murilo Villasanti. Reconhecido internacionalmente, jurado de competições e palestrante, o profissional é dono da escola e pet shop República dos Cães, em Campinas, SP. Ele alerta que é preciso ter atenção antes da tosa. “Algumas raças de pelo curto e duro, como o Schnauzer e o Pug, não podem ser tosadas com máquina, pois essa retirada dos pelos pode prejudicar sua pele”, explica. O groomer ainda diz que, depois desse tipo de tosa, a pelagem curta e dura dos animais pode nascer com mais dificuldade, provocando coceiras e até inflamações na pele.

3. Proteção térmica

Deixar os pelos do pet bem curtinhos não vai refrescá-lo diante das altas temperaturas. “O pelo é uma proteção térmica contra as temperaturas frias, mas também absorve os raios solares nas temperaturas mais altas”, descreve Mallize. Assim, é preciso que o tutor busque por um profissional que faça uma tosa bem executada, respeitando as necessidades da raça, o tamanho e o volume do pelo. “Para cães Sem Raça Definida, precisamos levar em consideração o comprimento dos pelos. Os que têm pelo muito curto não devem ser tosados, justamente para manter a sua proteção térmica. Já aqueles que apresentam pelagem longa e volumosa permitem maior liberdade no procedimento. A tosa de uma raça indica o padrão de pelo ideal para aquele pet, mas mais importante que isso é nunca realizar uma tosa com muita retirada dos pelos. Afinal, eles estão lá para proteger o cachorro”, completa ela.

4. Articulações protegidas

Alguns cachorros de pelo longo e semilongo, como Shih Tzu e Golden Retriever, podem sofrer com o acúmulo de pelos nas patas. “A retirada da pelagem em excesso entre os coxins evita que os animais escorreguem no chão. Com o tempo, essa movimentação pode provocar sérios problemas de coluna e articulações. Às vezes, o pelo cai naturalmente, mas fica preso na pelagem e precisa ser retirado com escovação, banho e tosa”, explica Natália. 

5. Auxílio nas doenças de pele e alergias

Pets com dermatites e alergias na pele podem ser muito beneficiados com banhos regulares, pois parte do tratamento consiste no uso de xampus específicos. “Esses produtos possuem componentes que melhoram a qualidade da pele do animal. É possível até repor nutrientes com o seu uso”, esclarece Mallize. Segundo ela, a limpeza profunda do banho também remove os agentes que causam alergia na superfície do pelo, melhorando quadros alérgicos em pets. “Sempre indicamos um banho com água em temperatura ambiente, assim como a temperatura do secador. Em caso de dermatite na pele, a água quente pode agravar o quadro”, alerta Mallize. 

Natália avisa que, antes de qualquer procedimento, o problema dermatológico deve ser tratado por um veterinário. “Assim, fazemos um protocolo de banhos medicamentosos ou até terapêuticos. Cães com problemas de pele precisam tomar banho toda semana para controlar o quadro”, complementa Natália.

O que levar em conta na hora de cuidar da higiene e beleza do pet?
A groomer Natália Espinosa elaborou um check-list com informações importantes para que tutores entendam quais são os serviços recomendados no pet shop e a frequência de cada um deles.

• Banhos: No mínimo um por mês, independentemente da raça e da pelagem. A frequência ideal – seja um banho por mês ou um por semana – depende dos hábitos do cachorro (se ele tem acesso à cama do tutor, se brinca na grama, se passeia todos os dias), do seu tipo de pelo e da preferência do tutor. 

• Cães de pelagem longa: Pelo menos uma tosa higiênica a cada 30 dias, um banho a cada 7 ou 15 dias e escovação duas vezes por semana. A tosa na tesoura ou na máquina deve ser realizada a cada 60 dias, em média.

• Cães de pelagem curta: Não precisam de tosa higiênica. Não se sujam tanto quanto os pets de pelagem longa e, portanto, a frequência do banho pode ser menor, a cada 15 dias ou uma vez por mês. É indicado realizar a remoção do subpelo nos períodos de troca sazonal da pelagem.

• Cães de pelagem fluffy ou macia: Similar aos cães de pelo longo. Pelo menos uma tosa higiênica a cada 30 dias, um banho a cada 7 ou 15 dias e escovação uma vez por semana. A tosa na tesoura ou na máquina deve ser realizada a cada 60 dias, em média.

• Cães de pelagem dura: Pelo menos uma tosa higiênica a cada 30 dias e um banho a cada 7 ou 15 dias. A tosa na tesoura ou na máquina deve ser realizada a cada 30 ou 45 dias, em média.

• Unhas: As unhas devem ser aparadas uma vez a cada 30 dias, mas somente se o cachorro não as desgasta no dia a dia. Muitos fazem esse desgaste naturalmente ao caminhar.

6. Prevenção de machucados no pet e no tutor

Como parte dos serviços de banho e tosa, frequentemente também está o corte das unhas dos pets. “O cachorro deve apoiar os pés nas almofadas plantares e não nas unhas e, por isso, estas devem estar na mesma linha das almofadas. Um cão que estiver com unhas grandes, além do incômodo ao andar, também pode sofrer distúrbios na posição de pés e membros com o tempo”, ensina Sérgio. O procedimento também precisa levar em consideração a proximidade entre pet e tutor, pois muitos animais até dormem com os humanos, alguns deles crianças, idosos, diabéticos ou pacientes oncológicos.“Um cão que esteja com a unha cortada e não lixada pode arranhar o tutor sem intenção, e um sangramento neste caso pode causar vários problemas”, alerta o groomer.

7. Prevenção de doenças

Todo bom serviço de banho e tosa conta com um check-up inicial e uma análise minuciosa antes e durante os procedimentos. Assim, é possível identificar possíveis dificuldades na execução da tarefa, mas também outras complicações. “Um bom profissional deve passar por um treinamento para conseguir identificar algumas condições para preservar o animal e também o seu próprio serviço. Qualquer observação que saia do normal deve ser anotada e transmitida ao cliente, mesmo que seja mínima. Secreções, odores diferenciados, atitudes estranhas e claudicação, entre outros, são sintomas típicos de problemas instalados e devem ser avisados”, alerta Sérgio. Para Natália, é importante que o groomer responsável tire fotos, mostre e verifique com o tutor se está ciente da condição do seu pet. “Dependendo do que for observado nessa avaliação pré-tosa, o groomer deve recusar o atendimento e indicar a ida ao veterinário antes, para preservar a saúde do pet”, enfatiza Natália. 


Por: Aline Guevara


 

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