
Cães e gatos são sensíveis a feromônios
O que talvez você não saiba é que nossos cães e gatos também podem ter o comportamento alterado por feromônios. Foi o que diversos estudos e especialistas em comportamento animal demonstraram.
Feromônios sintéticos para promoção do bem-estar
Por meio da manipulação dos feromônios, podemos fazer com que um cão ou gato se sinta mais confortável em uma situação de estresse, por exemplo. Mas a extração das substâncias químicas secretadas naturalmente pelos animais e responsáveis por esses odores pode ser complicada e nada prática. A boa notícia é que foi possível identificar e copiar algumas moléculas que produzem a efetividade dos feromônios. Existem hoje, portanto, feromônios sintéticos capazes de nos ajudar a promover bem-estar para os nossos animais e, em alguns casos, úteis para prevenir problemas comportamentais ou ajudar a tratá-los.
Contraindicação e restrições
Os feromônios sintéticos, tanto para cães quanto para gatos, não apresentaram efeitos colaterais e podem ser utilizados concomitantemente com outros medicamentos e terapias comportamentais.
Indicações específicas
De maneira geral, podemos utilizar esse tipo de terapia para reduzir o estresse e aumentar as sensações de bem-estar, tanto do gato quanto do cão. Os feromônios para gatos não funcionam em cães e viceversa. A forma de administração também pode variar de acordo com o ambiente e com o problema apresentado. As duas maneiras mais comuns são por difusor e por spray. Os difusores espalham melhor o odor no ambiente, enquanto os sprays marcam um local específico da casa, como a caixinha de transporte.
Resultados relevantes foram demonstrados em situações específicas, tais como demarcação de xixi pelos gatos e adaptação de cães a ambientes novos. É importante notar que esses e outros problemas de comportamento podem ter diversas causas e elas precisam ser investigadas. Muitas vezes, a alteração do ambiente e do comportamento das pessoas é fundamental e isso nunca deve ser negligenciado. (Veja também dicas para lidar com o estresse de introduzir um novo animal em casa)
Carol Gherardi
A seguir vou citar alguns usos mais comuns de feromônios, já testados cientificamente. É importante sempre verificar com um médico-veterinário se o gato está saudável e se pode existir algum problema fisiológico que esteja colaborando para o problema apresentado:
É um dos problemas mais relatados por donos de gatos. Esse xixi normalmente não é feito na posição normal, ou seja, agachado. O gato fica de costas para o local que irá demarcar e borrifa a urina para trás. Para evitar esse comportamento, além de aumentar a quantidade de caixas de areia à disposição do gato e de evitar situações estressantes para ele, pode-se borrifar o feromônio específico nos locais onde esteja ocorrendo a demarcação.
– Móveis arranhados por gatos
Os gatos também arranham menos os móveis que foram borrifados com feromônios. Mas, até o felino aprender onde pode e onde não pode arranhar, a substância deverá ser borrifada diariamente sobre as superfícies proibidas. Os hormônios ajudam a criar um hábito no animal, mas o condicionamento para arranhar os locais corretos, como arranhadores, e não a mobília, por exemplo, deve ser feito em conjunto com terapia por meio de feromônios.
– Contato com visitas e outras pessoas estranhas
Algumas horas antes de receber amigos, pode-se utilizar a substância para reduzir o medo demonstrado por gatos na presença de visitas ou de pessoas estranhas a eles e evitar que fiquem estressados demais.
– Brigas entre gatos
A agressividade entre gatos que vivem juntos também diminui com o uso de feromônios, mas não em todos os casos, já que alguns gatos ficam ainda mais agressivos com os demais. Não se sabe direito o porquê de isso ocorrer, mas talvez esteja relacionado com o aumento da coragem ou, ainda, com o conflito entre informações visuais e olfativas, quando o gato percebe um cheiro amigável, mas enxerga um inimigo, conflito que poderia aumentar a agressividade e a ansiedade. Se for esse o caso, pode-se fazer um treino de tolerância aos poucos, mantendo os gatos que brigam separados e aproximando-os gradativamente.
Regina Motta
– Ansiedade de separação em cães
Cães são animais extremamente sociais e desenvolvem com frequência comportamentos ansiosos quando são deixados sozinhos. Existem diversas técnicas comportamentais para diminuir a ansiedade, mas o efeito é ainda melhor com o uso concomitante de feromônio específico.
– Cães com medo de fogos de artifÌcio
Fogos de artifício e trovões podem deixar alguns cães extremamente assustados e estressados. A utilização de feromônios também é bem-vinda nesses casos. A presença da substância no ambiente reduz o estresse e os comportamentos ligados a ele. No entanto, como nos demais casos, é importante também a modificação do ambiente para proporcionar maior segurança, conforto físico e psicológico para o animal.
dog gone glamourous
– Estresse dos cães durante viagens de carro
Outro estudo também mostrou diminuição significativa dos sinais de estresse e de enjoo apresentados por cães quando viajam de carro. Tais sinais incluem salivar, vomitar, urinar, defecar e babar.
– Cães medrosos com dificuldades de sociabilização
A sociabilização ocorre com mais tranquilidade e de forma mais eficaz quando há presença da substância de feromônio específico no local de treinamento, que pode ser uma sala onde cães e pessoas se reúnem ou mesmo dentro da própria residência onde mora o animal.