Como detectar doenças nas aves (parte II)

Foto de Wilbert Rodriguez

Os sinais de doença são sutis nas aves. Quando ficam muito evidentes é porque a saúde está deteriorada, o que dificulta salvá-las.

Quem convive ou já conviveu com aves sabe como são ativas no período diurno. Do começo da manhã ao pôr do sol, cantam, pulam de um poleiro a outro, cuidam das penas e se alimentam com apetite voraz. As exceções se limitam às corujas e a outras aves noturnas, além de às aves doentes.

Mas os problemas de saúde costumam demorar a aparecer de maneira evidente nas aves. No início, os sinais são apenas sutis. Para detectar doenças em aves é preciso observar atentamente. Somente quando os sintomas se tornam evidentes, com tristeza e sonolência, por exemplo, o problema é percebido pela maioria dos criadores amadores. Mas aí, muitas vezes, a enfermidade já está em estágio tão avançado que fica difícil de curar.

Essa maneira inicial discreta de as doenças se manifestarem nas aves pega de surpresa muitos amantes de animais mais acostumados com cães. Na espécie canina, o corriqueiro é que as doenças causem desde o início perda de apetite e prostração bem perceptíveis. Além disso, as narinas normalmente frias, tornam-se perceptivelmente mais quentes.

Doente em estado crítico: no fundo da gaiola, com as penas desarrumadas e apática. Foto de Otávio Lisboa

Sinais sutis Na edição passada, vimos que uma boa maneira de detectar doenças nas aves é por meio da observação diária das fezes delas. Agora abordaremos outro conjunto de indicadores úteis na detecção precoce de doenças. Conhecê-los ajuda a aumentar a eficiência da vigilância.

• Menos fezes e emagrecimento: O metabolismo das aves é acelerado e a temperatura corporal média delas alcança por volta de 40 graus centígrados (bem acima dos 36 graus do organismo humano). Para manter o corpo aquecido, a ave tem enorme gasto energético, o que requer alimentação frequente em pequenas porções. Em caso de doença, é comum que o apetite diminua, o que nem sempre é fácil de perceber. Para tanto, é preciso estar atento para um eventual aumento na demora para o comedouro esvaziar, ao mesmo tempo em que há redução na quantidade de fezes produzidas. Na sequência, vem um rápido processo de emagrecimento, ajudado pelo metabolismo acelerado. Com isso, o estado de saúde da ave tende a se agravar em poucos dias, podendo chegar ao conhecido peito seco, ou seja, à perda da massa muscular do peito.

Foto de Otávio Lisboa

• Atividade reduzida: A ave que era desperta e ativa durante o dia, parece estar sonolenta. Passa a ficar parada no poleiro, com a cabeça encaixada entre as asas, como se estivesse dormindo, ou, em caso mais crítico, mantém-se quietinha diretamente sobre o piso, no fundo da gaiola ou viveiro.

• Penas arrepiadas: A ave que cuidava meticulosamente de suas penas e as preservava limpas e assentadas, passa a arrumá-las menos por conta da apatia. O resultado é que as penas vão ficando sujas e mal arrumadas.

• Aumento de temperatura: Dependendo do problema de saúde, a ave pode apresentar febre. Consegue-se perceber pelos pés da ave, cuja temperatura normalmente é inferior à do corpo dela. Pés mais quentes que o normal são provável indício de febre.

• Socorro rápido: Diante de qualquer alteração na ave, é importantíssimo entrar rapidamente em contato com um veterinário especializado. Não espere os sinais se tornarem evidentes, pois poderá ser tarde demais.

Reportagem e colaboração Octávio Lisboa, médico-veterinário especializado em aves e animais silvestres no Rio de Janeiro

(www.medicinadeaves.com.br e Facebook Medicina de Aves)

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