Eu chamo, mas ele não vem

Raramente ensinamos ao cão como ele deve agir quando ouvir seu nome. Normalmente, o chamamos pelo nome sem ao menos dar tempo para que ele perceba que aquela palavra tem sentido.
Cão desobediente

 

É por isso que listamos os principais motivos dos tutores de cães serem ignorados por eles. Saiba também quais as melhores atitudes para resolver esse problema.

Ter um nome semelhante ao de outro pet da casa

Pense em um cão chamado Feijão, que mora em uma casa com uma criança chamada João. A probabilidade de confundir a audição do animal é enorme. Pior ainda se forem com dois cães com nomes parecidos. Por exemplo, Lindinha e Belinha. É legal ter em mente que quanto mais diferente for o nome, mais fácil será para o pet saber que alguém o está chamando.

Não ensinar ao cão qual é o nome dele

Por que complicar se podemos facilitar as coisas? Uma boa hora para treinar o cão e associar o nome para que ele responda quando chamado é no momento da refeição. Você pode fazer a hora da comida uma brincadeira e, em vez de disponibilizar toda a ração em um potinho, liberar os grãos aos poucos quando chamar o nome do cão. É fácil: Fale o nome dele, quando ele te olhar, libere alguns grãos. Repita esse chamado e vá recompensando com a comida sempre que ele responder.

Usar o nome dele apenas quando ele estiver por perto

Depois que o cão começar a responder imediatamente, você pode brincar de se esconder e chamá-lo. Quando ele te achar, é recompensado. Não se esconda muito longe no início, pois a brincadeira deve ser fácil no começo para que ele te encontre logo. Conforme ele for respondendo bem ao seu chamado, você pode aumentar a dificuldade para ele e se esconder em outros cômodos da casa, ou em lugares mais imprevisíveis. Brincadeiras desse tipo despertam no cão a urgência de ir atrás de seu tutor quando ele escuta seu chamado, ainda que esteja distraído com outras coisas ou que não tenha à vista quem o está chamando. Isso é bem útil quando a casa está em silêncio e você desconfia de que ele esteja aprontando algo escondido.

Associar o nome do cão a experiências negativas

Muitas vezes as pessoas nem percebem, mas só chamam o cão quando é para dar uma bronca. Quando está bonzinho, por exemplo, ele é o “bebê da mamãe”, o “filhinho”, é chamado por apelidos. Contudo, quando é pego aprontando alguma coisa, lá vem seu tutor, bravo, dizendo: “Fulano, o que você está fazendo?”. Quando essa situação é frequente, o cachorro passa a ter uma ideia de que quando ouve seu nome, as coisas ficarão complicadas para ele, então precisa se fingir de desentendido para não piorar a situação. Além de não ajudar em nada, associar o nome do cão às experiências negativas ou broncas só fará com que ele ignore ainda mais quando é chamado, tornando mais difícil sua tarefa de trazê-lo para perto de você.

Chamar o cão com a energia de um bicho-preguiça

Cachorros definitivamente não foram feitos para quem tem preguiça.  Geralmente eles são superenérgicos, animados e empolgados. Pela lógica dos cães, quanto mais entusiasmados forem seus tutores, mais legal será se aproximar e ficar por perto. Isso quer dizer que se o tom de voz usado para chamá-los não for dos mais felizes, ficará mais difícil obter sucesso na chamada. Faça um teste: Chame seu cão dizendo seu nome e usando um “Vem!” em seguida com o seu tom de voz natural, depois arrisque parecer um pouco mais bobo e o chame fazendo festa, associando assovios, usando um tom de voz mais fino, daqueles que usamos ao falar com bebês e se abaixando de forma a ficar mais receptivo com a aproximação dele. Dá para apostar que a segunda forma fará muito mais sucesso.

Querer aproximação quase dando uma bronca

Muitos tutores acreditam que o cão deve sempre estar perto e quando ele se afasta um pouco, empossam a voz e gritam um belo e audível: “Fulano, venha já aqui! Do meu lado, junto!”. Uma vez que os cães entendem apenas o significado de algumas palavras pontuais e que a entonação vocal e a postura corporal dos humanos faz mais sentido para eles, que nessa situação não é nada convidativa, essa atitude pode ter o efeito contrário e afastar ainda mais o cão de seu tutor. O animal pode interpretar que está levando uma bronca e não sendo convidado a estar perto. A técnica de usar uma forma agradável de chamar o cão vale muito mais para ele, inclusive em situações emergenciais, como uma possível escapada da guia, por exemplo. Ainda que os tutores estejam aflitos pela situação perigosa, ou muito bravos com o cão fujão pela arte que aprontou, a orientação é sempre chamá-lo de maneira positiva, pois as chances de ser correspondido são bem maiores.

Querer competir com estímulos externos

A verdade é uma só: Seu cão tem sua atenção disponível durante muito mais tempo do que o período em que está no parque canino correndo, cheirando xixis alheios, farejando informações importantes sobre os outros frequentadores do parque, interagindo com outros cães e fazendo uma infinidade de coisas que não estão disponíveis dentro de casa. Em áreas externas, a quantidade de estímulos disponíveis é imensa e, naturalmente, o cão fica mais desfocado de seus tutores. A melhor maneira de resolver essa questão é treiná-lo gradativamente. Você pode usar uma recompensa especial para essa ocasião, como pedacinhos de carne ou frango. Os tutores devem chamá-lo a pequenas distâncias e recompensá-lo quando ele deixar os outros estímulos e se aproximar. É importante que o deixe voltar à atividade que estava praticando antes, pois isso fará com que o cão se sinta seguro em se aproximar, pois não será impedido de voltar a fazer o que estava sendo prazeroso e, nas próximas chamadas, a resposta vai ficando mais imediata.

Treinar sem nenhum controle

Para alguns cães, as distrações externas são estimulantes demais e eles não conseguem obedecer sem ajuda. Nesses casos, o indicado é usar uma guia de longa distância para deixar o animal interagir um pouco e, quando fizer o chamado, o tutor deve ir recolhendo a guia atrelada ao cão e o ajudando a se aproximar. Sempre recompensando muito na chegada e em seguida, deixando-o se afastar novamente ainda com a guia longa. A operação repetida nesta ordem (chamado, recolhimento de guia, recompensa, liberação) o ajudará a se afastar dos estímulos no início e, aos poucos, o condicionará ao chamado do tutor, que deverá evoluir ao treino sem a guia até que o cão sempre o obedeça.

Agradecimento:

LARAUE MOTTA Franqueada e adestradora de São Paulo da Cão Cidadão