Os benefícios da endoscopia veterinária

Saiba mais sobre este procedimento capaz de salvar sem cirurgia o cão que está com o trato digestivo obstruído por corpo estranho, entre tantas outras utilidades.                                                                                                                                                                                                                                       

Com a rápida evolução da Medicina Veterinária, procedimentos minimamente invasivos como a endoscopia veterinária se tornaram parte da rotina de muitas clínicas. A técnica facilita o correto diagnóstico e tratamento de problemas em cavidades internas do animal. É o caso da região média da faringe (orofaringe), do esôfago, do estômago e, quando possível, do duodeno (parte inicial do intestino). A endoscopia permite explorar visualmente essas regiões avaliando se a coloração e a anatomia estão corretas. Pedaços de tecido podem ser retirados para exame (biópsia), bem como corpos estranhos que estejam obstruindo o trato intestinal, sem necessidade de cortes nem cirurgias. Essa é uma grande vantagem. Mesmo procedimentos mais delicados, como os de retirada de corpo estranho perfurocortante, são viáveis com a técnica chamada overtube.

Como funciona?

De maneira semelhante à endoscopia humana, o paciente de endoscopia veterinária deverá ser anestesiado antes e monitorado. O procedimento exige jejum de 12 a 48 horas, dependendo da gravidade do quadro. O exame é feito por meio do aparelho chamado endoscópio, que transmite e grava as imagens obtidas no interior do organismo do pet. É usado um endoscópio veterinário flexível, mais longo e mais fino que o humano, chamado Silver Scope. Uma bomba injetora de ar presente no endoscópio permite dilatar o esôfago, estômago e intestino, inflando-os para obter melhor visualização. Há também uma bomba d’água para limpeza e lavagem da lente do endoscópio, retirando dela sujidades durante o exame. O aparelho contém, ainda, um aspirador cirúrgico, útil para extrair fluidos do trato gastrointestinal e o ar deixado durante o procedimento no órgão examinado. 

O endoscópio é introduzido pela boca, avança pelo esôfago, passa pelo estômago e alcança, quando possível, parte do duodeno. Em animal saudável, que não está muito debilitado, o maior risco é o anestésico. Fora isso, os riscos do procedimento são mínimos, muito menores que a retirada de biopsia ou de corpo estranho por cirurgia. A recuperação também é bem mais simples.

O custo de uma endoscopia veterinária costuma variar entre 800 a 2.000 reais, dependendo de fatores como dificuldade do serviço e tabela de cada profissional. A retirada de corpo estranho, por exemplo, é mais cara que a endoscopia gástrica.

Quando fazer?           

A endoscopia é indicada em casos com sintomas como:
•Vômitos e regurgitações recorrentes e persistentes;
•Dificuldade para engolir;
•Presença de massas ou corpos estranhos estomacais (ocorrência mais frequente);
•Diarreias crônicas;
•Perda de peso;
•Dores abdominais na região do estômago.
A recomendação, diante de anormalidades como essas, é procurar de imediato um médico-veterinário. Se a causa for obstrução do trato digestivo por corpo estranho, por exemplo, em poucas horas o animal estará sujeito a consequência fatal se o objeto não for retirado.

Rogério Akio Nishimaru é especializado em Clínica Cirúrgica, com formação pela USP e pós-graduação Latu Senso. Atua com Endoscopia e Videocirurgia. Mais informações: www.facebook. com/clinicapetvidacampinas.

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