Saiba reconhecer os sinais e resolver esse problema perigoso para a saúde do pet

Assim como os humanos, os cães têm personalidades únicas e sentimentos tão reais quanto os nossos. E o desconforto emocional ocasionado pelo estresse é um deles. Para não deixar que eles sofram com os efeitos dessa condição – que vão desde problemas
gastrointestinais, alergias e enfraquecimento do sistema imunológico até distúrbios comportamentais crônicos –, é fundamental ser um tutor atento, para detectar as evidências de que algo não vai bem, compreender as causas e agir de maneira preventiva e responsável.
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SINAIS DE ESTRESSE
Quando se tem um companheiro de quatro patas em casa, é importante ficar de olho em qualquer alteração em sua rotina, seja no apetite, nas interações sociais ou nas expressões corporais. “O cão nos envia mensagens através de seu comportamento. Essas pistas podem incluir, por exemplo, esquivar-se ou evitar interações sociais, tremores, coceira em excesso, perda de apetite, mudanças no padrão de sono, comportamentos destrutivos, evasão de contato visual, dificuldade de concentração nas atividades e latido excessivo, entre outros”, menciona o adestrador e especialista em comportamento canino Ricardo Tamborini.
O educador de cães Dante Camacho, fundador da DanteDog Works, cita ainda a possibilidade de o cão estressado apresentar apatia, agitação, hiperatividade, agressividade, lambedura excessiva de objetos e de si mesmo, impulsividade, compulsão (inclusive alimentar), ingestão de fezes e objetos e comportamentos de fuga ou isolamento. “Observe se as mudanças são pontuais ou se elas se mantêm consistentes, o que pode indicar estresse crônico”, recomenda. Ele ressalta que a maioria desses comportamentos, ao mesmo tempo em que podem sinalizar estresse, na mesma proporção podem ser sinais de desconforto físico ou algum outro problema de saúde – o que precisa ser descartado antes de se cogitar que as reações do cão sejam exclusivamente consequência de questões emocionais.
POSSÍVEIS CAUSAS
É essencial que o tutor busque entender o que pode estar por trás do estresse de seu melhor amigo. De acordo com Dante, aumento de estímulos (como barulho de obra, por exemplo), visitas ou atividades novas (como viagens e idas à creche) podem ter relação com o estresse, assim como falta de contato social, alta estimulação visual (como acontece em quintais de frente para a rua) e atividade física, estimulação mental e sensorial insuficientes. Ricardo destaca que as mudanças na rotina, a chegada de novos animais ou pessoas na casa e a separação prolongada da família também podem ser gatilhos.
O QUE FAZER?
Com certeza, a medida mais assertiva será a redução ou eliminação das fontes de estresse. “É importante, entretanto, não cometer excessos”, pondera Dante. “Se, por exemplo, for constatado que a falta de estímulo físico pode estar gerando estresse, não se deve exagerar nas atividades logo de cara, mas aumentar a frequência de maneira gradativa, a fim de não gerar outro estresse desnecessário”, diz.
Segundo Ricardo Tamborini, a socialização gradual com outros cachorros e pessoas, o treinamento adequado e a criação de um espaço de descanso tranquilo também contribuem para aliviar o estresse do seu animal de estimação. “Estimule-o mentalmente com brinquedos interativos e ofereça oportunidades para exercícios físicos. E, se os sintomas persistirem ou piorarem, consulte um veterinário ou especialista em comportamento canino para receber orientações precisas e aprender técnicas específicas para ajudar o cão a superar o estresse.
MEDIDAS DE PREVENÇÃO
Prevenir é sempre melhor do que remediar. Comece estabelecendo uma rotina, para trazer estabilidade e segurança ao pet. “Ele saberá o que esperar e se sentirá mais confiante”, justifica Ricardo. Ele explica que passeios diários são fundamentais para que o cão gaste energia, explore o mundo e se socialize com cães e pessoas e ressalta que a frequência e a duração do passeio dependem da idade e da raça. Dante chama atenção, no entanto, para o fato de que alguns cães têm medo de ir pra rua e, portanto, passeios frequentes tendem a aumentar o estresse. “Menos passeios e de preferência em locais mais calmos vão ser mais úteis nesses casos”, diz.
Segundo Dante, para reduzir o estresse do cão, nada melhor que estimulá-lo socialmente, mentalmente e fisicamente, ou seja, através das brincadeiras. “Brincar e propor desafios mentais ajudam a estimular o cão e mantê-lo equilibrado física e mentalmente”, acrescenta Ricardo. “Quando cães brincam, liberam endorfinas, substâncias químicas ligadas à sensação de prazer e bem-estar. Isso ajuda a reduzir os níveis de estresse e ansiedade. Além disso, brincar fortalece o vínculo entre o tutor e o cão, criando uma conexão positiva que ajuda a enfrentar situações estressantes”, reforça.
A introdução de desafios no cotidiano do cão também é mais que bem-vinda, pois estimula sua mente e ajuda a canalizar a energia de maneira construtiva. Isso também ajuda a desenvolver a autoconfiança do cão, fazendo com que ele se sinta mais seguro em diferentes situações. Para Ricardo, enfrentar desafios de forma positiva ensina o cão a lidar com o estresse de maneira mais saudável.
O especialista reforça que as mudanças devem ser introduzidas gradualmente e que é fundamental ter momentos de contato e relaxamento com carinho e atenção e evitar deixar o cão sozinho por longos períodos.
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Agradecemos a colaboração:
Dante Camacho Educador de cães com 25 anos de experiência, competidor, palestrante internacional em mais de 10 países, fundador e presidente da DanteDogWorks e do Adestramento Funcional, uma metodologia de treinamento de cães inovadora e positiva, focada no desenvolvimento de relacionamentos saudáveis e harmoniosos entre cães e suas famílias. Produtor de cursos online de educação e comportamento canino com mais de 1000 alunos em todo o Brasil – Site: www.dantecamacho.com Instagram: @dantedogwork
Ricardo Tamborini Adestrador e especialista em comportamento canino Site: www.ricardotamborini.com.br Instagram: @ricardotamborini
Por Lila de Oliveira
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