Setter Irlândes Vermelho: inteligente e brincalhão

Dotado de grande docilidade, ele chama atenção pela pelagem castanho-avermelhada e longas franjas nas pernas, no peito e na barriga

O Setter Irlandês Vermelho (ou Setter Irlandês Ruivo, como também é chamado) é um cachorro exuberante. “Atlético, esguio e aristocrático, quando encontra o sol, sua pelagem vermelha hipnotiza. Não à toa, entre as raças caninas, há quem a considere a mais bonita”, diz Laura Tavares de Lima, do canil Tourbillon Set, de Londrina, PR. “Tal pelagem ainda é sedosa e brilhante e, além disso, é um cão alto, esbelto e elegante”, conta Patricia Triacca, do Triaccan Kennel, de Brasília. “É conhecido não só por essa sua beleza, mas também pela sociabilidade e equilíbrio”, afirma a britânica Tania Gardner, do Danwish Kennel. A seguir, confira qualidades que fazem do Setter Irlandês Vermelho um ótimo cão de família, além do perfil e dos encargos de seu tutor ideal.

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PARTE DA FAMÍLIA

Laura garante que esse cão é um companheiro sob medida para famílias que desejam um cão para estar por perto em todas as aventuras, seja uma trilha com cachoeira, um final de semana na piscina ou apenas para buscar as crianças na escola. “Estar no mesmo ambiente de seu proprietário lhe proporciona muita felicidade”, diz Tania, secretária da Irish Setter Association. “É um cão muito alegre e divertido, pronto para tudo, que ama a natureza, correr livremente em mata e brincar na água, mas, ao mesmo tempo, adora camas e sofás e se sentir aconchegado pela família”, ressalta Patrícia.

DÓCIL COM CRIANÇAS

“O Setter Irlandês Vermelho tem uma paciência sem igual para brincar com a garotada”, garante Laura. Patrícia confirma, mas também pondera: “Esses cães têm incrível capacidade de respeitar crianças, evitando os pulos que são comuns em momentos de euforia e aceitando mão na boca, retirada de brinquedos e até toques que muitas vezes os incomodam, sem revidar, a menos que se assustem e sejam pegos de surpresa, aí, no susto, eles podem latir e rosnar, mas somente como defesa”. Eles também gostam de interagir com crianças. “Como são brincalhões por natureza, adoram uma bagunça”, ressalta Laura.

AMIGO DE OUTROS CÃES

“Sociável e autoconfiante, o Setter Irlandês Vermelho tende a se dar bem com outros cães de qualquer porte”, afirma Laura. “Ele dificilmente vai querer briga e, no geral, gosta muito de brincar e conviver com todos que não oferecem perigos a ele”, confirma Patrícia. Ela diz ainda que, se bem socializado desde pequeno, a probabilidade de todos os cachorros viverem juntos e felizes aumenta ainda mais. “O filhote de Setter Irlandês Vermelho é vivo e brincalhão. Ao trazê-lo para casa, apresente-o aos cães mais velhos lentamente, para que esses últimos tenham tempo para se habituar. Recompense interações tranquilas e contidas com afagos, elogios e talvez algumas pequenas guloseimas; se houver turbulência, coloque o filhote em um cercado. Pode levar uma ou duas semanas para que o cão mais velho aceite totalmente o filhote, mas, quando isso ocorrer, eles se tornarão amigos inseparáveis”, orienta Tania.

PACÍFICO COM PETS

Tania comenta que, por se tratar de uma raça amável e gentil, o Setter Irlandês Vermelho se tornará amigo dos outros bichos da casa. Mas Laura pondera: “como, originariamente, se tratava de um cão de caça a aves, a convivência com animais de penas, mesmo se acostumado desde filhote, pode vira ter restrições”. Patrícia, no entanto, relata: “Apesar de, em sua origem, ser um cão de caça, existem vários deles que convivem bem não só com gatos, coelhos e cabras, mas também com pássaros. Acho que tudo é questão de convivência mesmo e, obviamente, de o proprietário saber educar”.

AMBIENTE E DONO IDEAL

Laura diz que é fundamental evitar que esse cão seja mantido em recintos de piso liso pela maior parte do tempo, principalmente enquanto está em desenvolvimento ósseo. “É que, como muitas raças de grande porte, ele tem certa tendência à displasia coxofemoral. Os clubes especializados da raça orientam os criadores a realizarem a avaliação de articulação coxofemoral”, justifica. Os problemas de saúde mais frequentes nele – otite e torção gástrica – são mais relacionados ao manejo. “É importante sempre ficar de olho nas orelhas, que, por serem longas e abafadas, desenvolvem otite com facilidade”, conta Laura, que as limpa com um higienizador de ouvido a cada 15 dias. Patrícia, que também é médica-veterinária, acrescenta: “Os ouvidos devem ser sempre monitorados. Alguns exemplares, até por baixa imunidade desenvolvida por questões emocionais, acabam sendo acometidos por otites com mais frequência”. Em relação à torção gástrica, o tutor “deve dividir a alimentação diária em pelo menos duas porções e, na hora subsequente à refeição, restringir água e manter o cachorro relaxado”, ensina Laura. Patrícia confirma: “Eles nunca devem comer e correr e, além de a porção de ração diária ser dividida, ela deve ser sempre pesada na balança e nunca colocada ‘a olho’: uma média de quantidade seria de 400 a 500 g por dia”. E acrescenta: “Aliás, o segredo para que tenha boa saúde é manter seu peso ideal – em média de 25 a 30 kg para fêmeas e de 30 a 35 kg para machos”. Aliás, passeios ao ar livre, como trilhas em parques, é algo que deixa a raça bastante feliz. “No caso de o tutor morar em apartamento e não poder fornecer tal espaço, pela alta energia física e mental da raça, o cão precisa ter a oportunidade de caminhar e correr livremente todos os dias, por cerca de duas a três horas”, diz Laura. Tania comenta: “Para isso, é importante que o exemplar já tenha se tornado adulto, com 1 ano de idade, quando seus ossos estão maduros”. Patrícia finaliza: “Além de muita natureza, indico estímulos mentais, como adestramento e brinquedos, para ele se ocupar roendo ossos recreativos etc. Ele precisa também do contato e de brincadeiras com seu tutor”.
Para manter a bela sedosa desse cão, “são indicados banhos rotineiros, a cada 7 a 10 dias, com produtos hidratantes, uma vez que a pele e o pelo de alguns exemplares, principalmente os castrados, são naturalmente secos – adicionar óleos a sua alimentação de alta qualidade pode ajudar”, ilustra Laura. Patrícia afirma que, caso o banho seja dado nessa frequência, ela não costuma escovar, pois isso tende a quebrar o pelo sujo: “a exceção ocorre se vou ao parque como cão e, aí, juntar carrapicho que, deve ser retirado imediatamente”. Já Laura afirma que as escovações devem ser realizadas em frequência suficiente para o pelo não formar nós. “São dez minutos por dia e com uma escova de cerdas ou rasqueadeira”, exemplifica Tania.
Laura relata também que é preciso paciência e constância na hora de educá-lo. “É bem típica da raça sua teimosia em tentar o tempo todo vencer os comandos que lhe são dados”, concorda Patrícia. “Ele é inteligente, mas tem fama de ser difícil de treinar, pois muitas vezes quer fazer tudo a seu modo”, admite Laura, que finaliza: “A raça segue seu faro cegamente e não raro ultrapassa os limites da propriedade. Assim, é bem importante que seu espaço seja telado ou murado, para evitar eventuais fugas.

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Agradecemos a participação de

Associação Irish Setter Association – http://isae.org.uk
Laura Tavares de Lima, canil Tourbillon Set – (43) 99653-5473, Instagram: @tourbillonset
Patricia Triacca, Triaccan Kennel – (61) 99968-4702, www.facebook.com/TriaccanKennel, Instagram: @triaccan, @patriciatestatriacca (médica-veterinária, consultorias)
Tania Gardner, Danwish Kennel – www.danwishirishsetters.co.uk

Por Fabio Bense

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