Garanta que elas sejam aplicadas na rotina do seu cão e proporcione mais bem-estar ao seu pet
Os cães requerem uma série de cuidados para garantir sua saúde psicológica que, muitas vezes, os tutores desconhecem. São cuidados simples, mas que fazem toda a diferença. “Ter um cão feliz e equilibrado emocionalmente em casa evita que ele tenha estresse e problemas de saúde como ansiedade, depressão, pressão alta, diabetes, problemas dermatológicos etc. Garantir o equilíbrio emocional do seu cão também evita comportamentos destrutivos, como comer batentes de portas, rodapés, destruir poltronas ou sofás, fazer necessidades fora do lugar, entre outros”, lista Wagner Brandão, comportamentalista animal de São Paulo.
É impossível falar de bem-estar canino sem “bater na tecla” do enriquecimento ambiental, que deve ser feito proporcionando atividades mentais, cognitivas e físicas para os cães. Proporcionar um ambiente atrativo e que atende às necessidades dos cães é a base deste conceito, que tem sido tão difundido no mundo pet. “Os cães precisam ter rotinas pré-definidas pelos seus tutores, como horários para se alimentar (colocar a comida para eles e retirá-la depois de 1 hora, ou seja, não deixar à vontade), passear de 10 a 15 minutos, de 2 a 3 vezes ao dia etc.”, aponta Wagner. “Ocupar suas mentes, com exercícios motores, de faro, trabalhando todos os seus sentidos, evita que fiquem estressados e que tenham comportamentos como roer móveis ou fazer as necessidades em lugares errados simplesmente por estarem entediados ou porque foram deixados sozinhos”, acrescenta o adestrador.
Para ajudar você nesta missão, Wagner dá algumas dicas de ouro para promover bem-estar emocional ao seu cão.
1. USE A COMIDA NAS BRINCADEIRAS
“Esconder alguns petiscos pela casa para que os cães farejem e encontrem sua comida; podemos também colocar alguns petiscos e água em um copo descartável e colocar no congelador, formando um gelo onde ele precisa morder e lamber até encontrar seu alimento; podemos usar garrafinhas pet com 3 furos e colocar alguns petiscos dentro, fazendo com que o animal precise mexer nela para que os petiscos caiam, estimulando, assim, o comportamento de caçar o alimento, o que é bem divertido para eles”, sugere o adestrador. Nos petshops, também é possível encontrar diversos tipos de brinquedos para a finalidade de entretenimento canino. “Estas dicas servem tanto para cães de pequeno como de grande porte, com o diferencial de que os objetos usados em cães maiores e mais fortes devem ser bem resistentes, para não soltarem pedaços”, complementa Wagner.
2. REFEIÇÃO DIVERTIDA
A hora da alimentação do cão pode ser um momento de diversão também. “Pode-se aproveitar para fazer alguns comandos de adestramento (como ‘senta’ e ‘fica’), os premiando com ração quando acertam ou os estimulando a caçarem os alimentos escondendo-os pela casa em porções pequenas”, diz Wagner. Nos pet shops existem diferentes produtos que promovem este tipo de estímulo também, como os comedouros lentos ou interativos. “O comedouro lento ajuda especialmente os cachorros que são muito ansiosos na hora de comer e não mastigam, pois faz com que eles tenham mais trabalho para comer e comecem a mastigar, pois conseguem pegar apenas uma pequena quantidade de ração por vez”, enfatiza Wagner.
3. AMBIENTE IDEAL
O enriquecimento ambiental também prevê soluções no ambiente em que o pet vive. “Os cães devem ter água sempre à vontade, além de brinquedos (que sejam seguros), e é importante que tenham um cômodo da casa aconchegante, em que possam ficar mais tranquilos, com caminhas, uma TV ligada em desenho animado onde eles possam relaxar longe de crianças e tudo mais”, aponta.
Os cães precisam ter algo para ocuparem seu tempo ocioso. “Existem diversas formas de estimular os cães, transformando suas casas em verdadeiros parques de diversões”, aponta Wagner. Porém, para que o pet não enjoe de suas brincadeiras, Wagner recomenda que, se o cão tiver mais de 10 brinquedos, deixe apenas dois à vontade.
“Sobre os brinquedos mais recomendados, depende muito do porte do animal e da idade. Brinquedos de cabo de guerra são bem interessantes, mas não para cães agressivos. Quando seu cão tem tendência a destruir seus brinquedos, opte por brinquedos maciços. Para cães que não destroem seus brinquedos, os ursinhos de pelúcia que fazem barulho são os queridinhos da vez”, relata.
4. BRINQUE COMO SEU CÃO
Ter um tempo diário para se divertir com o cão é outro ponto fundamental. “Os tutores podem brincar de esconde-esconde, por exemplo, mesmo em um local pequeno, estimulando a audição de seus cães”, diz Wagner, que ainda alerta: “lembrem-se, os cães devem ganhar atenção não quando pedem, mas sim quando seus tutores querem (de preferência quando estiverem quietos). Fazer massagens neles também ajuda no relaxamento e aumenta o vínculo como tutor”, acrescenta Wagner, que também sugere a escolha de um brinquedo em especial para cada pessoa da casa.
5. USE E ABUSE DOS MASTIGÁVEIS
Proporcionar ao cão mastigadores como ossos (como orelha suína, entre outros) ou brinquedos que têm esta finalidade diariamente é fundamental. “Mas ossos como orelhas suínas são super bem-aceitos por todos os cães. Além de aumentar a distração deles, ajudando também na questão do enriquecimento ambiental, os mastigáveis costumam auxiliar na limpeza dos dentes e na redução do mau hálito. E, quando são filhotes, ajudam a coçar suas gengivas, evitando que eles roam móveis, caso este seja o motivo”, ressalta Wagner. É importante presar pela segurança do cão e não oferecer ossos que soltem fragmentos (como os cozidos).
6. PROMOVA A SOCIABILIZAÇÃO
Cães precisam interagir, tanto com outras pessoas, como com outros animais. “Com este estímulo de contato, evita-se que o seu cão tenha problemas com outros animais ou pessoas. A partir do momento em que você isola seu animal da convivência com outros, para ele tudo e todos que se aproximarem gerará um instinto de proteção e guarda dele mesmo e do seu bando (sua família). Com estímulos corretos, podemos evitar tais situações”, aponta.
Agradecemos a colaboração de Wagner Brandão, comportamentalista animal desde 2002, formado pela Universidade de São Paulo, é ex-investigador da Polícia Civil e ex-treinador de cães policiais para faro e ataque. Seus clientes incluem não apenas animais de estimação, como gatos, mas também grandes felinos, como tigres e tigresas, além de peixes e até mesmo moscas. Atualmente, Wagner presta atendimento a clientes de todo o mundo, tanto de forma online quanto presencial. @adestradorwagnerbrandao
Por Samia Malas
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