Cãozinho novo na área?

Confira dicas para garantir a saúde e o bem-estar do filhote que acabou de chegar

Foto: Wirestock/iStock

Adotar um cão filhote é ter a certeza de que você ganhará um fiel companheiro cheio de amor para dar, que encherá a sua casa de alegria e estará sempre pronto para te cobrir de carinhos. Mas essa é uma decisão que precisa ser muito bem pensada por todos os envolvidos, uma vez que é também um compromisso (vitalício!) com a saúde e o bem-estar físico e emocional deste pequeno ser peludo. “Antes da chegada do filhote, é preciso saber se todas as pessoas da família estão de acordo com a decisão de criá-lo, além de definir quem se responsabilizará pelos gastos financeiros, cuidados de higiene, alimentação e passeios. E, se houver outros animais na família, deve-se avaliar se a chegada do filhote será de fato benéfica”, pondera Jéssica Andrade Fucitalo, psicóloga e adestradora comportamentalista de metodologia positiva, de São Paulo.
Paulo Sérgio Onofre, de Cabaço, BA, especializado em Medicina Veterinária Preventiva, destaca que é fundamental certificar-se de que existe na casa um espaço físico seguro e adequado a ele, considerando o tamanho do animal e sua demanda diária de exercícios e brincadeiras, e avaliar como a presença de um cão impactará a rotina do tutor e sua família. “Isso pode envolver mudanças em horários de trabalho, nas atividades sociais e no tempo livre. Lembre-se de que os cães são animais sociais que precisam de interação e companhia e mantenha expectativas realistas sobre a adoção de um cão, pois criá-lo nem sempre será fácil. Demandará tempo e esforço, e haverá desafios ao longo do caminho. Reflita, ainda, sobre o compromisso a longo prazo que é adotar um cão. Os cães podem viver por muitos anos, e você precisa estar preparado para cuidar e amar seu animal durante toda a sua vida.”

ENERGIA DE SOBRA
Quando pensamos nas necessidades básicas dos cães, devemos nos lembrar de que, para que cresçam felizes e saudáveis, eles precisam de uma dieta equilibrada; exercício físico adequado, como passeios, esportes e brincadeiras; atividades mentais, como roer, cavar, forragear (procurar por comida), brinquedos interativos e também de enriquecimento ambiental; e atividades sociais, como brincar livremente com outros cães, ter contato com diferentes pessoas e ambientes etc. “E os filhotes têm mais energia que os adultos. Por isso, todas essas atividades devem ser mais intensificadas nessa fase da vida”, afirma Jéssica.

UM CANTINHO PARA CHAMAR DE SEU
O ambiente em que seu filhote viverá deve ser seguro, confortável e estimulante. “Certifique-se de fornecer uma área específica para ele, com acesso a água fresca, uma cama macia e brinquedos variados. Evite deixar objetos perigosos a seu alcance e proteja fios elétricos e objetos frágeis”, sugere Paulo Sérgio. Jéssica menciona também a importância de o local ter brinquedos de roer à disposição do pet e ser um lugar com boa ventilação, por onde não passem muitas pessoas e onde ele possa brincar, comer e descansar. “O filhote pode ter acesso ao restante da casa, mas sempre sob supervisão e por curtos períodos. Deve-se ir aumentando o tempo e a disponibilidade de acesso aos demais cômodos da casa conforme ele for crescendo e também aprendendo a fazer suas necessidades no lugar correto”, diz.

“BANHEIRO” DO CÃO
No cantinho do filhote, devem ser colocados vários tapetes higiênicos para que ele aprenda usá-los corretamente. “Dessa forma, o cão tem mais oportunidades de acertar o local certo do xixi e do cocô”, ensina a adestradora. “Toda vez que ele acertar, recompense-o com um petisco, para que ele saiba que acertou. Os filhotes não têm ainda maturidade física suficiente para conseguir segurar o xixi por muito tempo. Então eles não devem ficar fora desse espaço com o tapete higiênico. Pode-se também levar o filhote ao tapetinho quando ele acordar, depois das sonecas e depois das refeições, pois essas são as situações em que eles mais costumam fazer as necessidades fisiológicas”, conta.

Foto: LiuMeiLi/iStock
“Antes da chegada do filhote, é preciso saber se todas as pessoas da família estão de
acordo com a decisão de criá-lo” diz Jéssica Andrade Fucitalo, psicóloga e adestradora positiva

ALIMENTAÇÃO
A introdução da ração para os filhotes deve ocorrer por volta de 4 a 6 semanas de idade. De acordo com Paulo Sérgio, essa transição costuma acontecer logo que o filhote se separa da mãe e é levado para o tutor definitivo. “Ao escolher a ração, leve em consideração fatores como idade, tamanho, nível de atividade e possíveis restrições alimentares. Calcule a quantidade diária de ração com base nas recomendações do fabricante para sua raça, idade e peso e divida-a empelo menos três refeições ao longo do dia, para evitar problemas digestivos”, indica o profissional, que recomenda as rações super premium, de boa qualidade e boa digestibilidade, o que fará com que seu filhote se desenvolva com saúde, evitando problemas futuros de desenvolvimento, e se torne um adulto mais saudável. Ele explica que os potes de água e ração devem ser de material adequado, como inox ou porcelana, evitando assim plásticos de baixa qualidade que podem deixar resíduos na comida ou na água. Eles devem estar sempre limpos e distantes de correntes de ar, áreas de grande movimento e do tapete higiênico e que, caso o filhote não coma toda a ração oferecida, ela deve ser retirada em até uma hora – nunca deve ficar o dia inteiro à disposição do filhote. Jéssica sugere também que os tutores forneçam a comida aos filhotes em brinquedos interativos, de forma a ocupá-los e desafiá-lo.

SAÚDE EM DIA
Ter um médico-veterinário de sua confiança é essencial para garantir a saúde do seu cãozinho. É ele quem vai poder instruir você sobre os cuidados específicos para seu filhote, de acordo com sua fase de vida, sua raça e o local onde vive. Afinal, é preciso manter uma rotina de higiene adequada, incluindo banhos regulares e escovação dos pelos, proteger o pet de pulgas, carrapatos e outros parasitas, fazer a vermifugação e dar as vacinas adequadas. Paulo Sérgio explica que o protocolo de cada profissional veterinário varia por conta da raça do filhote e da região em que ele vai ver, mas, no geral, as principais vacinas que os cães precisam tomar no primeiro ano de vida são: três doses da vacina anti-viral, duas doses da vacina contra a giárdia, uma dose da vacina contra a pneumonia canina e uma dose da vacina antirrábica. “A idade para a primeira dose das vacinas e suas doses subsequentes também varia de acordo com o protocolo de cada profissional”, informa.

ATIVIDADES FÍSICAS, MENTAIS E SOCIAIS
Segundo Paulo Sérgio, os primeiros passeios do filhote podem começar a ser feitos por volta das 10 semanas, após ele ter recebido todas as vacinas necessárias. “Escolha locais seguros e tranquilos para as caminhadas com o filhote e evite a exposição excessiva ao calor ou ao frio. Use sempre coleira e guia adequadas ao tamanho e ao porte do filhote e esteja atento aos sinais de cansaço ou desconforto do pet. E, claro, nunca se esqueça de deixar a identificação do seu filhote presa na coleira para o caso de haver uma fuga inesperada”, recomenda.
Jéssica Andrade reforça que é muito importante escolher um bom equipamento de passeio para o filhote, como uma guia de boa qualidade, com medida de 2 metros e um peitoral – nunca guias unificadas ou enforcadores e nada que cause desconforto no pescoço do cão. “Um ótimo modelo de peitoral é o peitoral em H”, indica a adestradora. Ela também explica que o período mais importante de socialização dos cães é entre 4 e 14 semanas de vida, o que coincide com o período em que o filhote está tomando as vacinas. Por isso, segundo a profissional, é altamente recomendado que o tutor faça passeios com o filhote no colo, passeios no carro, visite casas de parentes e amigos e que pessoas também visitem o filhote, mesmo antes de poder passear livremente na rua após as vacinas. E, nesses primeiros passeios, é importante fazer associações positivas do filhote com o ambiente, usando petiscos e carinhos, o que ajudará a evitar que o cão tenha medo dos estímulos auditivos, olfativos e visuais com os quais ele se depara quando está na rua, como buzinas de carros, pessoas andando de bicicleta, entre outros muito comuns.

HORA DA SONECA
Os filhotes de cães, assim como acontece com os bebês humanos, precisam de mais horas de descanso para crescerem saudáveis e felizes. Por isso, é bastante comum que eles não durmam durante toda a noite e tirem várias sonecas durante o dia. Eles geralmente dormem de 18 a 20 horas por dia, intercalando períodos de sono curtos com atividades físicas e brincadeiras. Respeite a soneca deles!

Agradecemos a colaboração de Jéssica Andrade Fucitalo Psicóloga e adestradora comportamentalista de metodologia positiva e Paulo Sérgio Onofre Especialista em Medicina Veterinária Preventiva, clínico e cirurgião de pequenos animais, autor de e-books na área de criação de animais de estimação, criador do curso online “Primeiros Socorros em Emergências Veterinárias”. Instagram:@vetpaulo.onofre

Por Lila de Oliveira



Links importantes:

Quer anunciar na revista: conheça os formatos aqui
Leia alguns destaques da edição atual aqui
Conheça todas as publicações da Editora Top Co aqui
Para comprar a edição atual ou anteriores, acesse
Assine por 2 anos e leve 10 exemplares de revista + 2 Anuários de raças, acesse