São Bernardo: gigante carinhoso

No início da década passada, a Confederação Brasileira de Cinofilia (CBKC) emitia registros para cerca de mil São Bernardos anualmente. Na época, três filmes da franquia Beethoven, que têm um exemplar da raça como protagonista, foram lançados em vídeo e popularizaram o São Bernardo de vez no Brasil.
Eles consolidaram aos olhos do público a existência de um cão contagiante: “Gigante, amoroso e brincalhão com dono e familiares”, conta Lourival Malucho, do canil Casa do Bernardo, de Catanduva, SP. Na época, crianças, jovens e adultos saíram em busca de um São Bernardo.
“Nós, criadores, não dávamos conta de produzir filhotes para a quantidade de procura”, recorda David Magiore, do canil Capo Magiore, de São Paulo. Com o passar do tempo, na ilusão de ganhar dinheiro com a raça, proprietários passaram a cruzar seus exemplares, sem registrar suas ninhadas e vendendo filhotes abaixo do preço.
Nos últimos anos, pelo menos três grandes e tradicionais canis de São Bernardo deixaram de criá-lo e os números de registros caíram tanto que, em 2016, a CBKC emitiu apenas 137 para São Bernardos de pelo longo e 17 para a variedade pelo curto.
“Hoje existem poucos criadores profissionais e muitas pessoas oportunistas, que pensam apenas no aspecto financeiro, tirando ninhadas”, lamenta David. “Elas promovem os acasalamentos sem seleção genética, gerando cães atípicos que, quando crescem, apresentam sérios problemas de saúde”, complementa Lourival. Saiba mais adquirindo a edição 460 da revista Cães & Cia.