8 sinais de alerta para doenças em cães

Nossos melhores amigos podem “camuflar” sintomas, dificultando apercepção dos tutores. Saiba quando preocupar-se.

Foto istock@adogslifephoto

Os sinais de que algo não vai bem com a saúde dos cães muitas vezes são sutis e, por isso, demoram a ficar evidentes para os tutores. Diferentemente do que acontece com os humanos, os cães não costumam manifestar sua dor com choro, gemidos ou pedidos de ajuda – especialmente se apresentarem dor crônica. “Eles acabam escondendo e se adaptando às dores persistentes”, destaca Rita Ericson, médica-veterinária clínica e comportamentalista, do Rio de Janeiro. Ela explica ainda que animais que apresentam alterações gástricas, digestivas, dores articulares ou déficits sensoriais (enxergar ou ouvir menos, por exemplo) podem parecer normais pelo fato de continuarem comendo, brincando e pulando como sempre fizeram. “Muitas vezes, as únicas alterações que acompanham uma dor ou uma doença são as comportamentais, como irritabilidade, mudanças de humor, urinar em local diferente ou correr atrás da cauda”, diz a profissional, que ressalta que esses comportamentos – que muitos humanos podem interpretar como “estranhos” – não devem ser corrigidos sem que se investigue o que está por trás deles, para que possíveis doenças ainda não identificadas não se agravem. Rita lembra também que alguns comportamentos indesejados pelos humanos, como o ato de roer, são normais. Descubra quais são os sinais que merecem atenção para agir rapidamente e garantir a saúde do pet.

1. MUDANÇAS DE HUMOR
“A irritabilidade costuma ser o maior sinal de alteração comportamental associado a uma dor não identificada”, informa Rita Ericson. Ela conta que os cães tendem a continuar brincando, nos recebendo na porta, sem chorar nem reclamar de dor, mas mudam o humor e a forma de lidar com todos os estressores do dia a dia. Nesses casos, a recomendação, segundo ela, é consultar um profissional da área de comportamento, especialmente se os sintomas persistirem por mais de um dia. “Pode ser bastante desafiador diferenciar se um cão está reativo ou resistente aos passeios por um motivo físico ou mental”, reforça.

2. QUEDA DA DISPOSIÇÃO
“A partir do momento em que há uma diminuição da interação ou parada de atividade, devemos nos preocupar”, afirma o médico-veterinário Daniel Comporto Montero, da Clínica Veterinária Faro Fino, em Vinhedo, SP. De acordo com ele, estes são sinais clássicos de problemas osteoarticulares, musculares e de coluna.

3. LATIDO EXCESSIVO
Daniel explica que algumas raças têm o hábito de latir mais do que outras e que alguns indivíduos também têm uma maior tendência a latir do que outros. “Porém, latir para o nada, sem orientação, pode ser um sinal clínico de alguma doença cognitiva ou neurológica”, diz o médico-veterinário.
Rita acrescenta que, muitas vezes, o cão que late excessivamente está sentindo dores ou algum desconforto ou pode até ter doenças gastrointestinais que trazem incômodo para este animal.

4. SINAIS GASTROINTESTINAIS
Apesar de muitas pessoas acreditarem que é normal o cão vomitar de vez em quando, é necessário prestar muita atenção nesse sintoma – e em outros, como fezes muito moles ou muito duras, segundo Rita. Daniel informa que alterações na consistência das fezes podem indicar a presença de vermes e protozoários ou até mesmo problemas mais sérios, como os de origem metabólica.

5. ALTERAÇÕES NA URINA
Aumento ou diminuição da frequência e mudanças na coloração da urina podem ser indícios de problemas de saúde – o que um ultrassom e exames de sangue e urina irão determinar, de acordo com Daniel. Mas, dentre as muitas causas possíveis, nem todas são doenças, pondera Rita. “Um cão que comeu borracha colorida pode evacuar colorido, assim como comer muita beterraba e algumas medicações podem modificar a coloração da urina. Mas, na maioria das vezes, essas alterações são sinais importantes de doenças e precisam ser investigadas. São muitos os exemplos: desde uma verminose até diabetes e pedra nos rins”, atesta.

6. ALIMENTAÇÃO E HIDRATAÇÃO
Sem dúvida, alterações no padrão alimentar devem ser um sinal de alerta. “Se o cão mantém um padrão, uma rotina de comer e beber, e ela se altera, devemos ficar atentos. Devemos nos preocupar sempre que o animal estiver prostrado e se estes hábitos persistirem e/ou estiverem acompanhados de outros sintomas”, afirma Rita Ericson. Ela informa que os cães podem ter seu apetite aumentado ou diminuído por diversos motivos, tais como dor, enjoo, alterações emocionais e endócrinas. É fundamental, segundo ela, que este animal seja direcionado a uma consulta com um médico-veterinário, e pode ser necessário realizar exames complementares (sangue e/ou imagem, como raio-x e ultrassonografia). “Alterações de peso costumam ser decorrentes das mudanças de apetite, e precisamos investigar as causas”, completa. Para Daniel, “o 8 e o 80” são sinais de problemas de saúde. Deixar de comer pode ser um sinal de dor ou de alguma doença infectocontagiosa ou parasitária. Passar a comer muito mais pode estar relacionado a problemas endócrinos. E, a partir do momento em que o cão deixa de comer e beber, deve-se sempre pesquisar com exames para avaliar se há alguma doença preexistente.

7. LESÕES DE PELE
A pele pode mostrar muitos sinais de que algo não está bom. “Em se tratando de sistema tegumentar, dermatológico, as quedas excessivas de pelo, os machucados na pele e as coceiras são os principais indícios da existência de algum problema”, diz Daniel.
Rita chama atenção, ainda, para a necessidade de alerta em caso de alterações na consistência e no brilho dos pelos e do aparecimento de nódulos e descamação.

8. TOSSE E ESPIRROS
Para Rita, a tosse e os espirros devem ser sinal de alerta sempre que persistirem, quando interferirem na rotina do animal, quando atrapalharem os hábitos de comer e beber água e quando vierem acompanhados de prostração, secreção nasal e/ou ocular. Daniel destaca que a tosse deve ser sempre avaliada, uma vez que pode estar relacionada tanto com problemas respiratórios, quanto cardíacos e/ou tumorais, enquanto os espirros, muitas vezes podem estar associados a problemas alérgicos.

Agradecimentos:

Daniel Comporto Montero Graduado em Medicina Veterinária pela Unipinhal (1998), tem pós-graduação em dermatologia, clínica médica e cirurgia, especialização em reprodução e é proprietário e responsável pela Clínica Veterinária Faro Fino, em Vinhedo, SP.
Instagram: @farofi no_daniel_satisfaction
Site: www.veterinariafarofino.com.br
E-mail:[email protected]
Facebook: farofino.clinicaveterinaria.5

Rita Ericson Graduada em Medicina Veterinária pela UFF (1994), trabalha como clínica e comportamentalista de cães e gatos. Mestre em comportamento animal pela UFRRJ (2005). Autora do site www.bichosaudavel.com. Apresenta boletins diários sobre saúde e comportamento de cães e gatos na Rádio JB FM, no RJ. Consultora de veterinária do Programa “Encontro com Fátima Bernardes”, de 2014 até 2021. Autora dos livros Latidos de Sabedoria e Miados de Sabedoria. Pós-graduação em Etologia Clínica pelo Instituto Qualittas. Consultora da Unilever. Membro e fundadora do grupo TanatoVet. Certificada no Programa Fear Free. Consultora do podcast “Bichos na Escuta” do G1/Fantástico. Professora de comportamento animal no curso de pós-graduação da Universidade Tuiuti do Paraná. Professora de pós-graduação PainCare, Ebramev.
Site: bichosaudavel.com
E-mail: [email protected]

Por Lila de Oliveira



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